A virtude
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| Quando o Coração é Jovem (1902), óleo sobre tela, John Wiliam Godword |
Deve ser, ou deveria, fato de que a virtude mais graciosa e acolhedora é a sinceridade. Confunde-se sinceridade com grosseria, sendo um equívoco deveras ignorante. Sinceridade é prima de primeiro grau da verdade, a grosseria é a nêmesis, que assemelha-se a sinceridade.
Onde há sinceridade, além do conforto, também há tranquilidade, afasta a ansiedade — ao menos, é o meu caso. É tão bela, mas tão bela a sinceridade! Ah, se um dia dessem o devido valor a esta virtude! Se vissem, ah, se vissem! Condenam demais por distorcer a sinceridade, como citado, a confundindo com a grosseria. Mas não deveriam ser tão prepotentes, pois a ignorância é uma bênção, entretanto de modo errôneo transmuta-se em veneno — como tudo que é usado sem moderação.
O que me acanha é saber que não sei falar como escrevo, então só ouvem minhas confusões e as levam ao pé da letra. Tanto já quis falar no silêncio, ah, tanto que quis! O medo, talvez sensatez, não sei, me impede de concretizar minha vontade, condenando-me permanecer passiva. Eu quero, como quero, ser o coração selvagem, quero ser Joana nascida para o mal — aquela que tampouco Otávio entendera —, ser sincera, ser... O que? Não há palavras para descrever — liberdade —, até a virtude que estou tratando pode ser um começo.






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